segunda-feira, março 19, 2007
domingo, fevereiro 11, 2007
domingo, fevereiro 04, 2007
Sem dúvida que a visita do primeiro-ministro e sua respectiva prole tem sido marcada (para não variar nestas coisas do governo) por uma extensa cobertura mediática.
Uma vez mais, o clichet cumpriu-se e o nosso Eng.º voltou a dar corda aos sapatos e a querer fazer do seu jogging o espelho da excelente forma em que se encontra a saúde económica em Portugal.
Marketing à parte, não se percebe de quem foi a brilhante ideia de fardar o nosso 1º de fio a pavio com aquela fatiota da imagem, a qual poderia ter muito bem por legenda "The prime minister of Portugal is brought to you by Adidas !
Bom senso e sentido de Estado é de facto coisa que vai faltando, a menos que a contenção orçamental seja de tal extensão que a viagem ao Oriente se tenha feito sobre o alto patrocínio da dita e americana marca desportiva e ninguém nos tenha informado formalmente do facto.
terça-feira, janeiro 23, 2007
Uma sentida homenagem...
sexta-feira, novembro 17, 2006
Notícia quentinha de tanto vodka
Coisa feia, a minha preguiça...
A Flash passou-se e sem remissão! Normalmente ignoraria o assunto porque criticar os dislates das revistas cor de rosa é assim como que bater no invisual com a própria bengala. Mas desta vez, valha-nos Santa Bárbara porque troveja a sério! Na capa, a revista anuncia que Cinha Jardim, depois «de segredo absoluto» vai ser comadre de Marco Paulo e avó em Janeiro. Sem aspas em avó, repare-se. Lá dentro, depois de repetir o título, a revista explica: «Após o fim do casamento que durou pouco mais de dois meses com Boris, o cão do ex-de Pimpinha, Juanita está grávida de Strong, - cão de Marco Paulo, com que casou em segredo no passado dia 8». O artigo termina depois assim: «O parto, a ser normal, acontecerá na casa da Lapa». Até concedo que o parto possa ser normal. Tudo o resto é que não é com certeza.
Ele há palavras sábias...
Tamanho nem sempre é grande coisa, e querer sempre estar “onde está toda a gente” é definitivamente coisa pequena.
in Corta-fitas
domingo, novembro 12, 2006
À cabeceira
sábado, novembro 11, 2006
I am SIC(K) of it !
sábado, novembro 04, 2006
Für Elisa !!!
Este é sem dúvida um requiem feliz. Foi com genuína alegria que recebi a notícia de que havia entrado na vida profissional e logo para uma empresa na qual ambicionava tanto trabalhar, a GFK España.
Para quem não sabe, a GFK é uma multinacional de estudos de mercado, a qual, em Portugal detém, por exemplo, a Metris e a Intercampus, mais mediáticas pelas sondangens eleitorais em períodos de campanha.
Gere também a conta da PT - PortugalTelecom, pelo que, espero visitas assíduas a Lisboa, ok?
É que, por aqui, estamos ansiosamente à espera do já quase mítico Louis Roederer Cristal Rosé 1999...
Que haja suerte, malandra !!!
terça-feira, outubro 31, 2006
É arte, filha! É arte...
A Argentina e Buenos Aires em particular, goza de uma centralidade invejável no contexto da América Latina, com um sem número de pontos de interesse nas proximidade (ainda que quase sempre medido na unidade do milhar de Kms, mas é tudo uma questão de escala)
Buenos Aires podia ser à primeira olhadela, um verdadeira cidade europeia, com um trânsito infernal, um centro financeiro pujante, recheado dos respectivos adereços humanos afeiçoados ao dress code globalizado, a que não faltam a maioria dos tiques de uma qualquer capital europeia.
E esta percepção é tanto mais estranha, quanto levamos na bagagem a expectativa de uma Buenos Aires com um certo perfume, muito salero e uma áurea...de tango. Em resumo, uma expectativa de singularidade pela positiva ou se quisermos, uma cidade muito particular devido a determinados elementos culturais.
Importa dizer que a ciudad porteña não encerra, que eu me tenha apercebido, um monumento que possa ser tido como um verdadeiro ex-libris na qual se apoia o apelo turístico. A não ser o tango, claro, mas a esse lá irei no post seguinte. E este facto - a ausência de um farol em que gira a cidade e o turismo - permitiu, certamente, obter uma cidade mais homogénea, com necssidade de aproveitar o que de bom tinha, para assim criar uma malha desconcentrada de locais de interesse para os nativos e para todos quantos a visitam. E neste ponto, a capital federal é uma agradável surpresa, fazendo da diversidade uma alavanca importante para a sua dinâmica corrente sanguínea.
É me difícil saber por onde começar, porque fiquei sensibilizado pelo conjunto, mas com nada em particular (pelo menos desmesuradamente). Estarei a ser algo exigente nesta conclusão, até porque se houve algo que me deixou espantado foi a proximidade da cultura com a população. Bom, não digo que a população seja, em geral, de uma grande bagagem cultural, mas a verdade é que o Estado proporciona as condições mais que básicas para que qualquer um a obtenha (pelo menos na capital).
Domingo, dia 15:
Tomo o duche da ordem e composta na medida do impossível, a população capilar, saio da gaiola em direcção a um conjunto de alvos não sistematicamente eleitos. Já pasava da hora de almoço e o sol havia tido a gentileza de me fazer companhia neste périplo federal. O bairro de La Recoleta estava radioso e tudo à minha volta combinava com a Primavera (o que nos dias de hoje já não é fácil). Imagino que logo, logo o sol tenha ficado irritado, porque eu, afinal, depois de lhe agradecer sentidamente a companhia que tanto me honrava, enfiei-me num calimero estrelado em direcção a um shopping. É verdade... deixei-me tentar por essa triste tentação global e agoniante. Era tarde para restaurantes à séria e se há coisas que gosto de comparar, os centros comerciais são uma delas.
Depois de paga a corrida, entro no dito. Com um aspecto exterior visualmente agradável, mas não muito longe do típico, dei por mim a pensar que podia estar em qualquer mega superfície europeia. Os conceitos são efectivamente globais e nada registei de relevo que os permitisse distinguir dos irmãos e primos que por cá alegremente pululam. Feita que estava esta importante observação científica, dirigi-me à zona de restauração (que afinal era o meu propósito mais básico) e escolhi rapidamente de entre a panóplia que se imagina não muito fantástica, um moderno restaurante do género comida no tabuleiro, que não sendo de levantar uma plateia, serviu perfeitamente o propósito de amansar um estômago que clamava por atenção.
Feita a penitência a este tão vital orgão e depois de despejar 600 ml (sim, leram bem) de coca cola diet (não imaginam o quanto disto se bebe por aqui, e é a garrafa mais pequena disponível) saio nervoso e ansioso por reencontrar o meu compagnion de route que havia deixado à porta, o Sol.
E os amigos são assim, perdoam tudo e mais uma vez pedindo desculpa pela minha falta de chá, segui com ele rumo ao museu Malba. A pé, porque além de bastante próximo, é tudo plano o que facilita e bastante o exercício pedonal. Estava e não me canso de frisar um dia de luxo, daqueles que imaginamos nos sonhos e não vemos na realidade. Quer dizer, ver até vemos, mas não os conseguimos sentir e é pena que mais das vezes assim seja.
O Malba é um museu de arquitectura moderna, construído acerca de 4 anos numa zona extremamente desafogada da cidade. Goza, só por isso, de uma involvência agradável a que acresce uma arquitectura convidativa, não demasiado espalhafatosa e tão pouco opulenta. Dir-se-á que é, em ponto bastante reduzido, o nosso CCB, com diversas exposições temporárias ligadas a artistas maioritariamente contemporâneas, como uma forte e natural inclinação para os artistas sul-americanos, de onde, obviamente, se destacam em quantidade os naturais das pampas.
A um preço convidativo - dez pesos - tem-se acesso a todas as salas e exposições existentes. E que valeram sinceramente o custo. Podia assinalar diversos artistas que me agradaram pessoalmente, mas apenas destaco (injustamente) um dos mais conhecidos - Botero.
Vista em breves minutos a livraria do Malba, dirigi-me ao alçado oposto do museu para uma merecida copa de viño na esplanada da cafetaria, porque afinal, o meu amigo continuava aí fora à minha espera e eu queria disfrutar ao máximo a sua companhia.
Retemperado o espírito por mais um Malbec de Mendonza, apontei baterias no meu improvisado e minuscúlo mapa citadino ao Museu Nacional de Belas Artes, que fica na mesma avenida, mas um pouco mais distante. Ainda a pagar pelas diatribes da noite anterior, aconselhou-me o bom senso a pedir boleia a um calimero estrelado, o qual com a diligência a que estava a habituar-me, me deixou prontamente à porta do meu destino.
O Museu Nacional de Belas Artes é um edifício de dimensões generosas, cor de vinho tinto, certamente em homenagem ao Deus Baco que permitiu que tamanha benção vitivinícola floresça por aquele país. Não se trata de um edifício imponente, novo ou especialmente bonito. É apenas o principal museu de pintura do País e nessa medida impõe-se mais pelo seu interior do que pelas linhas exteriores que sobressaem à chegada.
Às portas do Museu encontrava-se uma pequena multidão tão típica de um Domingo de sorriso rasgado pelo Sol. Intrigou-me aquele buliço, mas, para meu espanto, concluí que não estava perante umas mãos cheias de excursionistas arrivistas do outro lado do mundo, mas perante argentinos que haviam eleito, entre o cardápio disponível da oferta de Buenos Aires, uma ida ao Belas Artes. E eu, não posso concordar mais, foi uma excelente ideia.
Concluí desta minha experiência e confirmei depois junto de porteños, que a cultura na Argentina tende a ser gratuita e que há um grande esforço para que a mesma seja tendencialmente gratuita, possibilitando o seu acesso sem a ancestral desculpa da vertente financeira que a sua aquisição implica, não esquecendo as muito debilitadas condições económico-financeiras em que ainda se vão vivendo naquelas terras.
Há nisto tudo um pormenor delicioso, o qual afortunadamente presenciei assim que entrei no Museu propriamente dito. Uma criança dos seus 5 a 6 anos, visivelmente confusa com uma grande escultura de madeira (manifestamente abstracta e de entendimento dúbio) que se apresentava diante dos olhos, pergunta à mãe atarefada em manobrar acrobaticamente o duplo carrinho de bebé que levava entre mãos:
-Ó mãe, o que é isto ???
A mãe, notoriamente atrapalhada com a pertinência da questão, fazendo-a provavelmente recordar o igual embaraço de que foi vítima quando teve de explicar a proveniência dos bebés, respondeu entre o indecisa e o peturbada:
- É arte, filha ! É arte...
É isso mesmo. Delicioso.
sexta-feira, outubro 27, 2006
The yellow submarine...
sábado, outubro 21, 2006
Cá estou eu de volta ao burgo...
domingo, outubro 08, 2006
segunda-feira, setembro 11, 2006
Há um ano foi assim...
O tempo na Penha Longa estava húmido e parcialmente encoberto, ao bom estilo de Sintra. A chegada do agente queria-se bem discreta e assim foi (tirando uns óculos-mosca a despropósito; enfim caprichos de profissão)... Havia que avaliar o terreno e gizar um plano certeiro.
A tarefa não se avizinhava fácil e assim recorreu-se de um pouco de meditação. Concentração era a palavra chave.
Mas a socialização não estava fácil, de onde decidiu beber para "aquecer" o espírito.
Missão cumprida,
Os efeitos foram quase imediatos e bastante notórios.
Daí que, escassos minutos depois, rapidamente prestou vassalagem ante a assembleia reunida. Um momento alto de emoção.
Agradeceu com garbo a investidura perante Sua Majestade a rainha da Noruega.
E procederam à solene vénia final.
Que começasse o Baile!!!
Havia sincronia...
E os mais incautos, diriam que havia umas mãos malandras, mas esses pensamentos só mesmo para gente incauta...tudo no maior respeito.
Tentou outra cúmplice (havia que angariar um vasto capital de confiança)
Uns passitos adelante...
...e outros tantos para trás.
Agora de lado.
Como é manifesto, a missão estava cumprida...
Moral da história: a vida de agente secreto infiltrado é dura...mas não me queixo.
quinta-feira, setembro 07, 2006
Still going on...
domingo, setembro 03, 2006
September rain
quinta-feira, julho 13, 2006
Para balanço
Nunca cheguei a explicar os fundamentos que me conduziram a erigir este postigo cibernético. Mas parece que se impõe fazê-lo por estes dias, como poderão perceber mais à frente. É, pois, chegada ahora
O blogue aqui em causa tinha, primeiramente, uma finalidade despretensiosamente intimista, que resultaria na actualização quase diária de uma realidade futura muito distinta relativamente à que actualmente vivo e a qual, a meu ver, impunha a sua criação e desenvolvimento. Um capítulo novo que se abriria em moldes similares a um qualquer registo e apontamento de notas sobre uma qualquer viagem mais ou menos aventuresca, a léguas dos espartilhados horizontes que os pacotes de férias incessantemente oferecem.
O tempo foi passando e construindo em cima dos seus ombros um muro que me voltava a retirar o horizonte anteriormente traçado como certo. Mas afinal, o certo não era verdadeiramente certo e este mudar de vida acabou mesmo por não ver a luz do dia.
Não que se tenham esgotado os desafios do amanhã, apenas e só que aquele que se vislumbrava no horizonte, passou a constituir pouco mais do que uma vaga e intermitente miragem da minha memória sobre algo que não foi mas podia e devia ter sido. É sobretudo isso que me custa.
Sendo os factos o que são e a vida o que dela vamos (ou não) fazendo, este meu olhar blogoesférico foi ficando esvaziado de sentido à medida em que este desafio se foi igualmente desvanecendo.
terça-feira, julho 04, 2006
À prova de ressabiados, como eu...
La Moneda (Lisboa)
A má moeda. Uma vez tentaram vender-me um sofá por seis mil euros. Mas eu não estava a "comprar um sofá", dizia a arquitecta, estava a "comprar um conceito. Porque hoje um sofá já não é apenas um sofá". Pois não.Também no mundo da comida há muitos restaurantes que já não são apenas restaurantes. São um conceito. Invariavelmente ficam na moda, invariavelmente o serviço é demorado, invariavelmente a comida é uma porcaria, invariavelmente acabam por fechar.No La Moneda, o conceito é o “food and movement” (tipo McDrive ?!). Nas paredes são projectados slides de quadros e cadernos de viagem de artistas, "num ambiente que nos transporta para o imaginário de paraísos desconhecidos" – ou qualquer outra lamechice deste género que se pudesse ler na badana da ementa, ou naqueles textos de revistas e jornais que adoram promover restaurantes-conceito.E não há pior do que a mistura restaurante-galeria-de-arte, que parece, contudo, ir fazendo algum sucesso.Numa sala escura, bastante público sexualmente diferenciado e alguns casais convencionais. Destaco dois colegas de trabalho a fazerem jus ao conceito de food and movement. Primeiro, analisaram uns relatórios "lá da empresa" e ela fazia um ar interessado, rematando sempre o levantar de sobrancelhas inteligente com um "completamente". Ele explicava os números. Tal como tinham dito em casa, estavam num jantar de trabalho. No fim, sem papéis, e com algum vinho, a conversa era pegajosa, o copo circulava nos dedos e ela trincava o lábio enquanto o ouvia. Ele pagou. Adoraram o La Moneda e vão voltar. Mas não se lembram do que comeram. Mas eu lembro: cozinha do mundo, adocicada e a saber sempre a gengibre.Ceviche - que é um prato da América-latina, da costa do Pacífico, de peixe marinado em lima, cebola, coentros e tomate - levemente interessante, e desajustado na sala sombria; lombo de vitela com cogumelos portobello e crosta de legumes, criativamente chamado lombo-bello!, tenro mas sem graça, nem verdadeira crosta; um crepe malaio de corvina, gambas e gengibre e coco, enjoativo; corvina com escamas de cogumelos (a ligação peixe cogumelos corre quase sempre mal, e não foi esta que correu bem).No La Moneda, tenta-se fazer cozinha de fusão (que por esse mundo é tão novidade e tão na moda como o Renault 19 Chamade), mas faz-se cozinha confusão: exagera-se no doce, no número de ingredientes por prato, no querer ser diferente.As sobremesas estão um ponto acima do resto (aliás, li algures que o dono/cozinheiro considera mesmo que no seu restaurante as entradas e as sobremesas são melhores do que os pratos…): destaco a tarte de chocolate e a mousse de papaia com um bom gelado de manjericão e lima.O serviço é coerente: empregados bonitos, simpáticos e ineficientes trazem os pratos na hora certa. Ou melhor, uma hora certinha depois de terem trazido o anterior. E os preços são altos, mesmo se os não compararmos com a qualidade.Felizmente, a lei de Gresham não se aplica na restauração: os maus restaurantes acabam por se expulsar a si próprios. Como a loja do sofá dos mil e duzentos contos, que hoje é uma agência do Banif.Melhor: Sobremesas.Pior: A confusão de sabores.Pontuação: Sem estrela(Sem estrela - De incomestível a come-se; * - Bom; ** - Muito Bom; *** - Excelente; **** - Excepcional)La Moneda, Rua da Moeda, 1 C, Lisboa, Tel: 213 908 012, 10h00 – 02h00, encerra Domingo, aceita cartões, 35€/pessoa. "
sexta-feira, junho 30, 2006
quarta-feira, junho 28, 2006
O milagre da multiplicação...
Pronto, o erro está feito. Já comecei a escrever sobre o Portugal-Holanda. Eu não queria, juro que não, mas lá terá de ser. Tudo por causa da arbitragem do dito jogo.
Infelizmente, confirmaram-se uma vez mais as minhas terríveis suspeitas: a corda "parte" sempre pelo lado mais fraco. Que o mesmo é dizer, pelo lado do árbitro. O sr. Yvanov foi o elo mais fraco e assim sendo, coube-lhe a ele a sempre triste figura do carrasco da "batalha" de Nuremberga. Estava escrito, havia que se honrar a história e lá nisso fomos exímios e certeiros.
Mas voltando ao ponto "x" da questão, folclore tablóide à parte, a verdade é que muito podemos agradecer ao Sr. Yvanov. Bem sei que não expulsou o jogador holandês aquando da falta sobre o C. Ronaldo, mas a verdade é que o cartão amarelo era efectivamente a medida disciplinar mais sensata. Afinal, estávamos no 4º minuto de jogo e se fosse ao contrário, era o o bom e o bonito - excesso de zelo, etc, etc. O árbitro teve a melhor das intenções ao não querer expulsar o holandês, esperando (com ingenuidade, é certo) que o jogo não desaguasse numa assertiva batalha de ceifadelas, cotoveladas e cabeçadas, como acabou por acontecer.
O árbitro foi, acima de tudo, muito brando e comedido. Para ambos os lados. Se por um lado a Holanda podia estar com 10 desde os 4 minutos, não será menos verdade que o mesmo poderia e deveria ter acontecido mais cedo a Costinha e Figo. Para já não falar na entrada "tipo Jacky Chan" protagonizada por Ricardo Carvalho sobre Robben (ainda que antecedida de fora-de-jogo).
Todos estes factos para concluir que o record de cartolinas mostradas apenas peca por escasso. Podia ter sido pior, muito pior. E para mim, não há árbitro que resista às asneiras perpretadas pela nossa selecção. Só nos podemos orgulhar de uma coisa: mantivemos sempre o fair play. Pelo menos, na perspectiva formal, porque quanto ao resto, estamos conversados.
O que não seria de esperar era que fosse o Sr. Blatter a iniciar as hostilidades contra os seus próprios árbitros, no caso o Sr. Yvanov, justamente por este ter cumprido (ainda que pecando por defeito) as recentes orientações da FIFA no sentido de punir exemplarmente os jogadores faltosos, usando para o efeito um crivo bastante apertado. Esquece o Sr. Blatter que foi responsável pela actuação do árbitro, e que, mesmo assim, fosse ele mais seguidista dos novos mandamentos da FIFA e o jogo poderia nem ter chegado sequer ao fim por falta de quórum.
A tudo isto o Sr. Blatter foi indiferente e na sua superveniente e arrogante sabedoria, mostrou a fraqueza de carácter e prsonalidade que lhe vai dentro, dando o dito por não dito, qual pai que enjeita o filho de sua criação. Afinal, as regras definidas pela FIFA, quando postas em prática (ainda que só parcialmente) são desastrosas e prejudicam o espectáculo, segundo o Sr. Blatter. Mas a culpa é do Sr. Yvanov, esse sim, devia ter sido "amarelado". Amarelo de vergonha devia ficar o Sr. Blatter por dizer os dislates que diz, com a sua habitual leviandade.
O Sr. Yvanov foi um árbitro de bem, com erros evidentes, mas minimamente coerente e sempre orientado por tentar "agarrar" um jogo que foi explosivo, tudo tendo feito para não estragar o espectáculo. Mas foi inevitável, os jogadores não lhe deram objectivamente outra saída. E foi, dos que esteve em campo, um mal menor .
Virada esta página, espero que os guerreiros portugueses, verdadeiros lutadores durante a segunda parte do encontro, não tenham esquecido a arte que os notabilizou no Euro 2004: a magia de jogar futebol - e levem de vencida a selecção inglesa, sem necessidade de recurso à arte pela qual ficou conhecido Hulk Hogan, o Wrestling.
segunda-feira, junho 26, 2006
Blogoesférico
O Porto revisitado
O que me importei mesmo foi de não ter ido ao S. João no Porto. Ainda não foi desta. Estava tudo apalavrado, e pelas palavras se ficou. É caso para dizer que quando um acordo se fica só pelas palavras, é porque não vale sequer a tinta das assinaturas. Provavelmente, foi melhor assim. Estava tão dividido como então o mundo em Tordesilhas. Essa divisão não durou muito e o meu tratado mental não terá certamente melhor e diferente futuro.
NOTA: Cidade envolta em controvérsias que quase sempre lhe são alheias, não fosse o seu maior ícone mediático ser quem é. À parte destes carnavais e futebóis, dois blogues (e respectivos links) sobre o Porto a merecer uma saltada:
http://outra-face.blogspot.com/
http://cidadesurpreendente.blogspot.com/
sábado, junho 24, 2006
Champagne for two, please!!!
LEIO entrevista a Hugh Grant e confirmo as melhores suspeitas. O rapaz é bom. Mais: o rapaz é uma instituição britânica que interessa preservar. A propósito do seu último filme, comédia soft sobre um solteirão vazio e egocêntrico que encontra redenção num menino pré-púbere com mãe depressiva (violinos, violinos), perguntam a Hugh Grant se ele, tal como a personagem, não tenciona constituir família. Hugh, 40 anos, com aspecto de 30, confessa que a ideia tem algum appeal. O seu irmão, aliás, já iniciou as hostilidades com mulherzinha e prole alargada. Mas ele, Hugh, ainda não. Por enquanto. Por enquanto, Hugh Grant prefere «tomar martinis no bar do Ritz». Eu repito: martinis no bar do Ritz. Lemos o que lemos e sentimos que a civilização está salva. A começar pela britânica.
CONFESSO que tive medo. Visitava Londres com regularidade e regressava positivamente horrorizado com a grotesca juventude inglesa, avessa ao sabão, à gramática e às maneiras. O caso, aliás, era tão grave que mereceu discussão alargada na imprensa. «Por que motivo os nossos jovens são tão repelentes?», perguntava Theodore Dalrymple na Spectator, aplicando as teorias de Lombroso à canalha doméstica e confirmando as teses do teórico italiano: os jovens britânicos tinham na cara uma propensão dramática para a marginalidade. POIS BEM. Hugh Grant é um sinal. Um bom sinal. E uma contra-revolução a caminho. As suas palavras, aparentemente banais, reflectem uma atitude. Grande parte da cultura de massas tende para a vulgaridade - e as novas elites, sobretudo as elites do espectáculo, sentem uma repugnância instintiva pela distinção. George Walden explicou isso num livrinho simpático, intitulado The New Elites, que aconselho: para ele, as novas elites são aquelas que, longe de constituírem referência para a manada, visam sobretudo confundir-se com ela, adoptando os seus reles comportamentos. Seria impensável que um outro actor de cinema - um Tom Cruise, um Brad Pitt - optasse por «martinis no bar do Ritz». Isso seria antidemocrático e antipopular, dois pecadilhos imperdoáveis nesta cultura adolescente e plebeia, tiranizada pelo inevitável impulso igualitário. Com Hugh Grant, não. Com ele, não há cervejas em discotecas pelintras. Mas martinis no bar do Ritz.
DEUS seja louvado.
quinta-feira, junho 22, 2006
Fechado. Dirija-se à Assembleia da República mais próxima, s.f.f.
quarta-feira, junho 21, 2006
Vidinha ribatejana
Confirma-se, a verdade é como o azeite, vem sempre à tona...
Mais depressa se vestiu o F. C. do Porto de laranja, do que a Camara Municipal do Porto de azul e branco."
in www.tomarpartido.weblog.com.pt
Gente sensata
"Uma nova Lei do Cinema não deve servir, como alguns pretendem, para obrigar os portugueses a ver os filmes que se fazem, mas para permitir aos portugueses fazer, enfim, filmes que se vejam».
terça-feira, junho 20, 2006
Assino por baixo
«Contra equipas deste nível diria que chegava o Deco», disse Pinto da Costa, com a sabedoria superveniente que o caracteriza. Diria ou diz mesmo? Tem graça que eu tive imensa pena de constatar que há quatro anos, nas mesmas circunstâncias e com equipas do mesmo nível que estas, não pude dizer o mesmo dos seus amigos António Oliveira e Vítor Baía. Eles fizeram certamente o seu melhor, mas infelizmente não conseguiram então fazer o óbvio.
domingo, junho 18, 2006
A falta que África faz...
É verdade, não podia deixar de fazer menção ao Mundial 2006. Não tanto para falar de tácticas ou de qualquer outra ocorrência relativa ao que se passa dentro das quatro linhas, mas antes para dar nota do que se passa fora das mesmas.
É impressionante a força mediática deste mundial da Alemanha 2006 e a enorme convivência inter-cultural que ele permite. Futebolite aguda ou cobertura proporcionada à escala do interesse global que o evento gera, a verdade é que os mundiais adquirem um gosto muito especial, exactamente por ser mais ou menos representativo das nações dos cinco continentes deste nosso mundo. E assim, todos aqueles se deslocam à Alemanha, tomam inevitavelmente parte num caldo cultural que qualquer europeu da modalidade está longe de conseguir alcançar, por razões óbvias.
Olhando o aspecto das bancadas do República Checa Vs. Ghana, dei por mim a pensar que devia estar perante o jogo de bancada mais encantador deste mundial. Por um lado, as já bem conhecidas e reputadas adeptas checas e por outro, a massa incrivelmente entusiástica africana, no caso, os ganeses.
E são estes últimos que merecem uma atenção especial hoje, não fosse emprestarem um jeito tão tipicamente africano e festivo a cada jogo da sua selecção, não me fazendo por um minuto sequer duvidar que efectivamente África tem de ter uma espécie de encantamento, aliás, já por demais relatado por muitos dos quantos já por esse continente estiveram, ainda que a razão ou fundamento do mesmo nem sempre consiga passar nessa mesma mensagem. Acredito que é caso para dizer: ver para crer ou melhor, ir para sentir.
Lamentar apenas que hoje África continue a ser ainda (em maior parte dos casos) sinónimo de fome, miséria, corrupção e sobretudo de guerra.
sexta-feira, junho 16, 2006
A globalização, por Professor Karamba
O seleccionador de Angola - Oliveira Gonçalves - fala melhor português que o seleccionador de Portugal. Será isto a globalização?
A propósito, dei por mim - aquando do golo de Portugal contra os Palancas - a ver o treinador de Angola, qual Professor Karamba, a olhar desesperadamente incrédulo para um pequeno livro que ostentava na mão direita. Nada de especial, não fosse o ar desnorteado e desiludido com que fitava aquilo que parecia então ser um qualquer livro técnico sobre o ABC de um treinador. E o seu rosto de incredulidade deixava perspassar a ideia de que estranhamente ou talvez não, no dito livro não constava qualquer capítulo relativo a um golo da equipa adversária. Injustiça é o que é! Um homem compra um livro e depois é atraiçoado daquela maneira vil e infame.
O Professor Karamba é uma figura simpática e gabo-lhe o seu português, agora faça-nos um favor: "Não negue à partida uma ciência que desconhece!" e deixe o livro no balneário.
quarta-feira, junho 14, 2006
Notas de Madrid - Parte II
terça-feira, junho 13, 2006
De regresso à aldeia - Notas de Madrid - parte I
quinta-feira, junho 08, 2006
Madrid me mata !
A continuar...